terça-feira, 20 de junho de 2017

Queria escrever

Tudo o que queria agora

Uma taça bem cheia de algo

Pra escrever sobre nós, tão vazios


Queria escrever...

Sobre nós que já não sermos nós

Sobre a lembrança que é apenas... Invenção

Sobre a dor de não sermos, nem eu, você ou nós

Sobre como a resistência de romper

Já não não serve de mais nada

Já que quanto mais distantes parecemos

Mais próximo estamos.


Queria escrever...

Sobre a dor...

Sobre o amor...

Que tanto busco esconder

Atrás dos risos desesperantes...

Sobre os sussurros que escondem os gritos

Para ninguém ver minha vulnerabilidade

Pra você não ver...


Queria escrever...

Mas não sei...

Não sei quem eu sou...

Não sei quem tu és...

Não sei o que restou...

De nós...

(Felipe D. S.)⁠⁠⁠⁠

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Queria ser complicado com você

Dei minha vida para te amar
Fiz pactos que não me orgulho
Chorei e quis gritar, mas...
Sempre tive esse retorno
Retorno nada satisfatório

Muitos fazem tudo pelo meu amor
Brigam e até matariam por isso
Mas você não, você esnoba
E por me esnobar, eu busco teu amor
Talvez por carencia...

Amor é tão complicado
Eu queria ser complicado com você
Mas você não quer
Me resta, se não, esperar
O dia em que você vai cair na realidade
E verá que ninguém te ama mais do que eu....
(Felipe D. S.)

Pensei

Mesmo sabendo da parede
Fui correndo, pensei que iria atravessá-la
Mas como era esperado, bati
Cai, não só no chão, na realidade

Estava só, pensei e falei, só
Fui abraçado calorosamente pelo choveiro
Me lavei...
Como se buscasse me limpar de toda desilusão

Chorei por dentro
Mas por fora estava seco
Seco como aquela tombada...
(Felipe D. S.)

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Desejo que morra

Desejo que morra
Morra de amores
E de dores
Que viva as cores

Desejo que morra
Morra a carne
E o espírito se liberte
Que o amor que nos enaltece
Seja apenas um máquina
Tecendo o mistério do amanhã
E consolidando a história do ontem.
(Felipe D. S.)

Na noite escura

Deitado, sinto a escuridão me embrulhar
Ouvindo o assobio distante do vento que toca as árvores
Fazendo que, por um momento, eu não me sentisse só.
O silêncio beija minha boca e domina meu ser

Grito calado
Sinto o amor fugaz da Lua
Sei que ela ama a todos igualmente
Mas em um momento de devaneio tolo
Me senti especial.

Perdido entre o real e o fictício
Fugi sem rumo, acreditando que chegaria a algum lugar.
Simplesmente fechei os olhos e fui.

No caminho senti cheiro de vinho, quente, por sinal.
Senti respirações, amores, dores, rumores, percursos, soluços
Pessoas cheias de um vazio perturbador, a dor
Sorrisos como tentativas desesperadas de ser feliz.

Quando abro os olhos, te vejo.
Esqueço de tudo, inclusive do nada
Afinal, o nada também é muita coisa.
(Felipe D. S.)

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Te cobrei

Te cobrei um amor que não era o teu
Quis que me amasse do meu jeito.

Tentei te doutrinar, ensinar, reclamar
Tentei sorrir, tentei chorar
Tentei deixar, tentei ficar
Mas parecia que nada funcionava

Achava loucura aquele descaso
Descaso seguido de um grito
Grito silencioso, calado, desesperado
"Me ama!"

Pensei em jogar tudo para o alto
Em deixar de lado essa vontade de te moldar
Moldar ao meu gosto
Mas como sou persistente, continuei
Continuei, sem cobrar, reclamar ou brigar
Realmente amei...
Amei como eras e não como queria que fosses
E percebi que era amado.
Me amavas da tua forma.
(Felipe D. S.)

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Regeneração

Depois que o sorriso do Sol não mais floresceu
Uma lágrima triste da chuva, desceu
Era tarde, mas era cedo
Era frio e tinha medo.

Os embrulhos causados pela ansiedade se foram
E os fogos vazios nos céu estouram
Será mais uma banalidade?
Ou será que agora é uma realidade?

Triste, dominado pela incerteza do amanhã, dormiu
E a noite, compadecida de sua agonia, sorriu...
                                                                                      (Felipe D. S.)