segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Desejo que morra

Desejo que morra
Morra de amores
E de dores
Que viva as cores

Desejo que morra
Morra a carne
E o espírito se liberte
Que o amor que nos enaltece
Seja apenas um máquina
Tecendo o mistério do amanhã
E consolidando a história do ontem.
(Felipe D. S.)

Na noite escura

Deitado, sinto a escuridão me embrulhar
Ouvindo o assobio distante do vento que toca as árvores
Fazendo que, por um momento, eu não me sentisse só.
O silêncio beija minha boca e domina meu ser

Grito calado
Sinto o amor fugaz da Lua
Sei que ela ama a todos igualmente
Mas em um momento de devaneio tolo
Me senti especial.

Perdido entre o real e o fictício
Fugi sem rumo, acreditando que chegaria a algum lugar.
Simplesmente fechei os olhos e fui.

No caminho senti cheiro de vinho, quente, por sinal.
Senti respirações, amores, dores, rumores, percursos, soluços
Pessoas cheias de um vazio perturbador, a dor
Sorrisos como tentativas desesperadas de ser feliz.

Quando abro os olhos, te vejo.
Esqueço de tudo, inclusive do nada
Afinal, o nada também é muita coisa.
(Felipe D. S.)

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Te cobrei

Te cobrei um amor que não era o teu
Quis que me amasse do meu jeito.

Tentei te doutrinar, ensinar, reclamar
Tentei sorrir, tentei chorar
Tentei deixar, tentei ficar
Mas parecia que nada funcionava

Achava loucura aquele descaso
Descaso seguido de um grito
Grito silencioso, calado, desesperado
"Me ama!"

Pensei em jogar tudo para o alto
Em deixar de lado essa vontade de te moldar
Moldar ao meu gosto
Mas como sou persistente, continuei
Continuei, sem cobrar, reclamar ou brigar
Realmente amei...
Amei como eras e não como queria que fosses
E percebi que era amado.
Me amavas da tua forma.
(Felipe D. S.)

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Regeneração

Depois que o sorriso do Sol não mais floresceu
Uma lágrima triste da chuva, desceu
Era tarde, mas era cedo
Era frio e tinha medo.

Os embrulhos causados pela ansiedade se foram
E os fogos vazios nos céu estouram
Será mais uma banalidade?
Ou será que agora é uma realidade?

Triste, dominado pela incerteza do amanhã, dormiu
E a noite, compadecida de sua agonia, sorriu...
                                                                                      (Felipe D. S.)

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Um assobio

Andando por aí, numa rua deserta
Senti um assobio enquanto olhava para a Lua
Aquilo me contaminou
Era como se aquela vibração penetrasse pelos meus poros.

Me senti um drogado, alucinado
Perdido entre o som e a Lua
Sim, a Lua, cheia
Cheia de mim, de nós.

Na noite calada e escura
Senti o universo nos dar privacidade
Nesse momento, não havia mais nada
Só nós.

Estava em pé, mas estava deitado
A Lua não refletia mais a luz do Sol
Mas a luz dos meus olhos encantados
E como forma de retribuição àquele cortejo impossível
Assobiei, sim, era eu desde o início
Estava entorpecido demais para perceber.
                                                                                      (Felipe D. S.)

sábado, 16 de julho de 2016

O pássaro

Havia um pássaro que adorava cantar
Cantava por toda sua casa
Sua senhora adorava
Mas chegou um dia que ele quis ir além
Cantar em outros ares
Em outros lugares

A senhora, meio triste
O deixou partir
Sabia que era o melhor
Pois o amava e queria vê-lo feliz

Como era de se esperar
Ele partiu partindo sua senhora
Voou e cantou em vários lugares
Bares, mares, luares...

Passou a fazer isso todas as noites
Mas todas as manhãs voltava
Pois apesar de amar cantar livremente
Amava está ao lado de sua senhora

A senhora não é tola por arriscar deixá-lo ir
O pássaro não é um egoísta por querer sair
Pois quem ama sempre liberta
E quem ama sempre volta...
                                                                       (Felipe D. S.)

terça-feira, 28 de junho de 2016

Amanhecerá...

Chegou, me cegou
A levei a um concerto
Para tentar consertar meu desconserto
Depois paramos para reparar o parado
Olhando olhares se olhando
Catando e cantando pelas ruas
A lua cheia acendeu a noite
E então seu beijo me ascendeu, transcendeu-me
De forma discreta, descrevendo as estrelas
Suas lindas explicações sobre o mundo fluíam
E meus ouvidos fruíam
Mas amanhecerá, amanhã será
Amanhã me deixará
Na manhã fria, sofria, Sofia.
                                                              (Felipe D. S.)

sábado, 18 de junho de 2016

Partiu

O ônibus partiu partindo meu coração
Nele entrou meu amor
Fazendo de nós uma canção
Não olhei para trás para não vê-la partir
Olhei para frente, tentando sumir
Andei no abismo, sozinho
Enxugando as lágrimas fumegantes
Que meu resto queimavam
Orando para que ninguém me visse em tal estado

Estava eu, ali, dilacerado
                                                     (Felipe D. S.)

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Esqueci de ti

Esqueci do teu batom roxo
Do teu cheiro doce
Dos sorrisos meigos
Do seu gosto
Do seu jeito desajeitado

Esqueci de quando falávamos juntos
De quando ríamos do nada
De como o nada era tudo
De como o tudo era tão pequeno

Esqueci da sua voz rouca dizendo "meu amor"
De como pegava na minha mão
De como isso afetava meu ser

Esqueci de quando foi se afastando
De quando foi se apagando
De quando eu fui amando
E você esfriando...

Esqueci que mesmo vendo tudo
Preferia não ver nada
E foi vendo o nada entre nós
Que esqueci de te dizer
"Nunca lembrarei de te esquecer"
                                                                (Felipe D. S.)

domingo, 12 de junho de 2016

Nossa gramática

Você, minha oração principal
Eu, sua subordinada
Perdido entre vírgulas que cercam
Fico deslocado
Mas me coloca na ativa
E sinto-me teu complemento

Explicativa, objetiva, subjetiva...
Nossa relação é consequência do destino
E causa de inquietação
Afinal, só se pode amar, se entregar-se
Quando vai acabar?  Quem sabe?
Mas até lá, vamos fazendo de cada ponto final
Um ponto de partida

Quando terminamos uma frase, fase
Começamos um novo período
Às vezes simples
Às vezes complexo

Incoerentes, incoesivos
Conflitantes, corrosivos

Juntos
Eu, preposição
Você, artigo
Formamos a crase, crasal
Fruto da nossa regência transcendental
                                                                             (Felipe D. S.)

terça-feira, 31 de maio de 2016

Vendi minha alma

Vendi minha alma a um demônio
Em troca do seu amor
Foi ousado, insano
Mas a solidão já me torturava
Mais do que o próprio inferno

Selamos nosso pacto com um beijo
Nos apaixonamos...
Nunca imaginaria um demônio amando
Nunca imaginaria eu sendo amado

Dez anos me parecia o bastante
Nos parecia, mas não o foi

Em suas chamas, me queimei
E em meus afetos, o inundei

Fui ceifado
Cumprindo minha parte do contrato
No entanto, ele largou seu cargo
Para continuar sendo queimado, comigo
Não só pelas chamas do submundo
Mas pelas chamas do nosso amor...
                                                                     (Felipe D. S.)

sábado, 28 de maio de 2016

Esquina escura

No vento frio da esquina escura, te encontrei
Me adentrei em tua oculta solidão
Mergulhei no abismo de uma ferida aberta
Tive medo de continuar e me perder
Tive medo de parar e não viver

Nesse sanatório, a loucura tomou conta
Insano, não pensei
Insano, amei
Insano, me despedacei

Perdido, andei sem rumo
Acreditando que iria me encontrar em você
Acreditando que iria curar essa ferida
Que iria fazer parte da sua vida

O vento esquentou, a esquina brilhou
O abismo inundou, a ferida fechou
A gente se amou...
                                                                    (Felipe D. S.)

terça-feira, 17 de maio de 2016

Beija a flor...

O Sol lá fora queima suas asas
Desnudas, banhadas em mar
Tudo tonto com o céu a girar
A luz ilumina o calor exalado
A flor desabrocha em pensamento
No dia molhado, barulhento

Tentou despir-se das pétalas
Mas já faziam parte dele
Sei que parece clichê
No entanto, o que é o Amor
Se não, um grande clichê?

Sonho acordado
Lúcido ocultado
Sentido aguçado
Coração acelerado

Foi assim
Que o beija-flor amou
Amou a flor que nunca desabrochou
Perdido entre o que era real e ilusão
                                                                   (Felipe D. S.)

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Aleatoriedades da vida

Em uma dessas aleatoriedades da vida
Você me apareceu
Uma brisa inesperada, do nada
Numa brincadeira tola
Escrevi nosso destino num papel
Você aceitou

Como café e leite
Pão e manteiga
Nos combinamos
Nos gostamos

O que outrora estava se tornando gelo
Hoje se tornou fogo
Conseguimos enxugar o gelo
E esfriar o fogo

Gruda o chiclete
Explode o confete
O amor, o canivete
O beijo do espaguete

Das aleatoriedades da vida
Você, a melhor...
                                                                     (Felipe D. S.)

sábado, 7 de maio de 2016

Estou à flor

Estou à flor da pétala
Na plenitude de sua delicadeza
O vento que bate, me leva
Parece que tudo é muito intenso

A gota que escorre em minha pétala
É a mesma que outrora foi contida
O beija-flor que hoje me beija
Me toca como nunca tocou

O calor me emorece
O frio me congela
O meu grão de pólen, o amor
Ah, esse me dilacera

Queria eu, voltar a ser um botão
Um grão, em vão
Não chamaria atenção
Nem me tornaria paixão

Estou à flor da pele
Estou à flor da pétala
Estou à flor da alma
Estou à flor...
                                                          (Felipe D. S.)

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Minha tela

Tua pele, uma tela
Pinto o que sinto
Descrevo o que vejo

Em cada curva
Uma madrugada
Vazia, escura, calada

Em cada reta
Um destino
Incerto, torto, cretino

Em cada lábio
Um encontro
Molhado, quente, apronto

Em cada vértebra
Um arrepio
Intenso, suave, sombrio

Em cada sinal
Um ponto de chegada
Outro de partida

Em teus poros
Se esvaindo em mar
Mergulho de olhos fechados

Em teus pelos
Uma floresta
Escura, misteriosa, encantada

E em teu olhar
Um criança assustada
Pois de mim
Nada mais resta
Que uma fera domada...

                                                    (Felipe D. S.)

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Cadeado Velho...

Um cadeado velho
Enferrujado, oxidado
Trancado nas correntes da desilusão
Fechado em sua solidão

Se abriu
Sua chave
Seu óleo, seu zelo
Se sentiu livre, solto
Distante, torto

Por um momento
Esqueceu sua função
Trancar
E num frenesi
Começou a provar

Era bom, inviolável
Mas isso mudou
Afinal, um cadeado só permanece fechado
Até a chave certa o libertar...
                                                                  (Felipe D. S.)

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Dentro do vulcão

Sinto queimar
Sinto borbulhar
A alma queima em gemidos
A dor se esvai em prazer

Delicado magma nos envolve
Nos dissolve
Nos mistura

A noite
A lua deita sobre nossos corpos
Queimados do Sol e da lupa.

E com a brisa leve
Nos leve para bem longe
Pois o magma
Se tornou rocha
Nós líquidos
Nos tornamos sólido.
                                                            (Felipe D. S.)

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Amor de uma chuva

Duas taças de vinho, uma rosa
Tu, vestida de vermelho
Chovia lá fora
Molhava aqui dentro, de nós...

Trocamos de pele
Nossas almas se arrepiaram...

Tento me concentrar em qualquer outro detalhe
Mas a única coisa que me prende
É o vermelho dos teus lábios.

Um beijo, um choque
Um desejo, um toque.

A carne exala.
Exala o quê?
O desejo de nos pertencer.

Beijos, mordidas
Unhas atrevidas.

Cessa a chuva,
E com ela o nosso amor...
(Felipe D. S.)

domingo, 10 de abril de 2016

Pela janela...

São 10 horas da noite. Sentado em uma cadeira solitária, num ônibus solitário, num caminho solitário de volta pra casa. Olho pela janela, mas nada enxergo, só fico a viajar em pensamento.

Perdido em meu pensamento
Tento me encontrar
Mas só encontro a dor
De não saber me controlar...

Lembro-me dos risos, dos vinhos
Dos olhares, dos carinhos.
Lembro-me das alegrias promíscuas,
Das esperanças pouco inócuas.

Mas em um momento de lucidez
Vi naquela janela, uma flor
Me lembrou a primavera do nosso amor.

E hoje, a dor que em meu peito bate
No entanto, estou satisfeito
Por lembrar que eu a senti, que eu a vivi...

Desse desamor, não tenho pesar
Porque eu pude aprender 
Aprender o que é amar...

domingo, 3 de abril de 2016

Não é porque...

Não é porque sou negro,
Que sou bandido.
Não é porque sou mulher,
Que mereço ser desvalorizada.
Não é porque não me encaixo no seu padrão,
Que devo sofrer com a sua estupidez.
Não é porque sou pobre,
Que mereço ser humilhado.
Não é por causa das minhas relações,
Que mereço ser agredido.
Não é porque eu não sou você,
Que eu mereça ser oprimido...

                                                         
                                                                                 Felipe D. S.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Continuamos...



Com todo mundo, sozinho
Aqui, ali, em qualquer lugar
Cá, lá, cala...
Sente, sem ti...

Não sei bem
Fico a me perguntar...
Quem está comigo?
Quem não está?

Será realmente essência?
Ou será apenas aparência?
É ou não é?

Ser ou não ser?
Es a questão...
Mas que questão?
Se mesmo não sendo,
Acabamos sendo.

Se mesmo em meio a todos,
Continuamos só...

Se mesmo cheios,
Continuamos...
Vazios...

terça-feira, 29 de março de 2016

Folha em Branco



Numa folha em branco
Branco como esse céu
Céu que hoje chora a tua falta
Falta, alta, tá, frio...

Mente vazia
Vazia igual essa música
Música que me lembra você
Você que foi embora
Embora nesse frio...

Frio por causa do pranto
Pranto do céu
Céu branco
Branco o papel...

domingo, 27 de março de 2016

O olhar da escuridão

                              Estava eu ali, naquela imagem escura, sombria, sem cor, onde só se propagava o medo, a dor, a incerteza, a dúvida. Já não sabia mais quem eu era, de onde vim, onde estou, para onde vou. No entanto, em meio a toda aquela escuridão, eu vi o seu olhar. Ah, aquele olhar! Ele foi me tomando, me atravessando, me inundando, me transbordando... Chegou uma hora que não via mais nada. Não via o escuro, as sombras, a ausência de cor, não sentia mais o medo, a dor, a incerteza, a dúvida. Para ser exato, não sei o que sentia. Era como se sentisse e nada e tudo ao mesmo tempo. Não sei ao certo se isso era bom ou ruim, mas de uma coisa eu tenho certeza, aquele olhar mudou tudo...

terça-feira, 8 de março de 2016

No Meu Tempo

                                 No meu tempo havia o romance, o cortejo, o desejo, declarações, pedidos, fraquezas, músicas com letras maravilhosamente pensadas, cheias de metáforas, de comparações, era uma coisa bela. Músicas tristes, dolorosas, mas era maravilhoso como elas nos invadiam e faziam com que tivéssemos a certeza de que não estávamos só. A pureza da vida vivida, não almejada, a dor de muitos amores que não deram certo, mas a esperança de que o amor perfeito ainda estaria por vir. A timidez, as crenças limitantes que nos faziam temer a aproximação de uma pessoa que desejávamos, mas aquela vontade que superava tudo o que pudéssemos temer, pois nada justificaria perder aquela oportunidade. O toque tímido na mão, o olhar singelo e verdadeiro, um sorriso como expressão de um sentimento lindo, aquela certeza, que em meio a tantas frustrações estava ali, "Agora achei a pessoa certa!". Muitas das vezes nem era, não passava de apenas mais uma paixão, mas o que importa?! 
                                  No meu tempo, vivíamos a vida, sentíamos a vida, cortejávamos a vida, sorríamos para a vida, aprendíamos, crescíamos, caíamos, sofríamos, chorávamos, tínhamos nossos momentos de fraqueza, que não eram poucos, degustávamos a dor, a melancolia, mas nunca nos privávamos de amar aquilo e aqueles que tivéssemos vontade, pois no meu tempo não éramos covardes. 
                                 Podes me perguntar, "Mas como podes falar do seu tempo, sendo que vives no mesmo tempo que eu?", e eu te respondo, "Meu tempo, é de onde vim e onde pertenço, não onde estou.".

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Abismo

                          Às vezes me pego caindo em um abismo. Fico aflito, tenho medo, receio, angústia, dor, não apenas pela escuridão que a cada segundo em queda livre me cerca, pela velocidade do corpo que só aumenta, pelo desespero em pensar o quanto vai doer quando chegar no fundo, pelo sentimento solidão, pelos momentos bons que fazem questão de vir a mente nesse estado de vulnerabilidade, daqueles sorrisos, planos, pensamentos, alegrias e esperança que não voltaram mais. Não sinto isso pelo frio, pelas lágrimas que nem descer pelo meu rosto são capazes, pelas palavras que não posso dizer, mas sim pela certeza de que não haverá ninguém para poder me salvar, e mesmo que tivesse alguém que me estendesse uma corda, de nada adiantaria, pois não adianta o que façam, esse abismo está dentro de mim, abismo esse que quanto mais caio, mais profundo estou indo rumo às feridas da alma.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Até os mais fortes têm seus momentos

                   Até o mais forte dos homens tem seus momentos de fragilidade. Eu tive os meus. Nesses momentos de vulnerabilidade é que encontramos aquilo que nos afeta, sabemos então o que nos faz bem e o que nos faz mal, mas esses são conceitos muito relativos, porque um coisa pode ser boa e ruim ao mesmo tempo, dependendo da perspectiva.
                    Enganar a nós mesmo é muito fácil, basta repetir uma mentira até que ela se torne uma verdade. Porém, mentira tem perna curta, até para o nosso cérebro. É como quando alguém está apaixonado e não quer se permitir sentir aquilo, por achar que não vai acabar bem, por medo de sentir novamente e sofrer, por medo de se frustrar, entre outras coisas. E é aí que entra o que falei acima, os momentos de fragilidade acabam desmascarando essas tentativas de auto-enganação, e é nessa hora que vemos que sentimos, que choramos, que temos fraquezas, que pessoas tem poder e influência sobre nossas vidas, que temos dores, medos, defeitos, que somos covardes e isso tudo nos afeta, porque não estamos acostumados com tal choque de realidade. É mais fácil mentir para nós mesmo, mas cedo ou tarde a verdade vem a tona. Então sinta, se conheça, saiba dos seus defeitos e qualidades, demonstre aquilo que sente, extravase se sentir vontade, deixe fluir tudo, mas com cautela, sem atitudes precipitadas, atitudes que possam se transformar em arrependimento futuramente. A facilidade é igual algo barato e a dificuldade o mais caro, o barato pode custar menos, pode ser mais acessível e despreocupado, mas pode vir a danificar logo, não funcionar adequadamente, não ter um bom desempenho e gerar muita dor de cabeça, enquanto o mais caro exige um pouco mais de empenho e pode custar muito mais do que deveria, porém depois há uma certa segurança e despreocupação. Não se engane, não existe mentira pior do que aquela que contamos para nós mesmos...

domingo, 31 de janeiro de 2016

Desacreditado...

                    Desacreditado no amor! Medo de amar, medo de viver, medo de sentir. Falta de mentalidade, falta de personalidade, falta de carinho. Pessoas se vendendo por besteiras, pessoas achando que ter como comprar os outros é a melhor alternativa. Busca pela pessoa, busca por um motivo para deixá-la ir embora. Vazio na mente, vazio no coração, vazio na alma. E tudo isso se converte em nada. Gente buscando algo, porém com coisas fúteis, com coisas banais. Onde está o cortejo, onde está a troca de olhares, onde está o sorriso, onde estão as mãos dadas, onde estão os beijos roubados no meio da rua, onde está a coragem, de mesmo tendo sofrido no passado, tentar de novo e de novo, porque essa é a essência da vida, cair e levantar. Sim, ainda sou um romântico, um romântico a moda antiga, um romântico que já não tem mais lugar hoje em dia e fica na dúvida, se continua sendo um romântico, ou se deixa levar pela maré...

domingo, 3 de janeiro de 2016

Morde e Assopra

Tudo começou com um convite
Um pouco de ousadia e bom humor
Um pouco de surpresa, mas deixa rolar
Dias e dias de conversa
O carinho aumentando.

Ela não queria nada sério
Ele também não
Mas quando ele gostou dela
E ela dele.

Eram dois chatos, eram loucos
Loucos um pelo outro
Birras, tolices, bobagens, implicâncias
Sorrisos, abraços, beijos, olhares.

Era uma relação muito explosiva
Explosões de raiva, de chateações
Explosões de atração e loucura
Explosões de sentimento e de indiferença.

Mas mesmo com essa descontinuidade
Mesmo com essa falta de linearidade
Mesmo sendo uma relacionamento estranho e diferente
Era um momento único e inesquecível.