terça-feira, 21 de setembro de 2010

Motivação

 Sempre precisamos de algo maior que nos mova. Uma esposa enferma, um filho faminto, um coração partido, a ausência de não se sabe o que... As forças que nos movem são tão diversas quanto desconhecidas e só nos damos conta de qual é a nossa quando ela finalmente resolve nos afrontar. Entra rasgando os véus, rompendo portas, abrindo paredes, nos bate no rosto, nos obriga a mirá-la. Sem saída, sofremos, choramos, nos sentimos vítima dessa força, mas um pouco mais sem saídas, somos obrigados a retribuir o bofete na cara e lutar para recompor nosso véus, nossas portas, nossas paredes.... é quando nos damos conta de que podemos ser costureiros, marceneiros ou pedreiros, ou, ainda, muito mais coisas que nem sequer imaginamos.

Senhor P

Que encanto é esse que tem o passado que nos faz olhar para trás antes de cada passo que tentamos dar adiante?
Que correntes são essas que esse senhor utiliza para prender-nos?
Que tipo de ilusionismo utiliza para nos fazer crer que “éramos felizes e não sabíamos”?
Onde esse P buscará essa maquiagem tão forte que nos faz pensar que ele foi o mais lindo que tivemos e que não será possível repetir?
E por que ESSE P é tão diferente do outro, que é o que temos de verdade? Será por ser também o P de primogênito e crer que tem seus direitos de sucessor e se aproveita disso para ser vitalício?
A grande e única magia que esse dissimulado nobre senhor possui, caros amigos, é a qualidade de seguro. Se alimenta de nossos medos, se aproveita de nossa covardia. Faz que com pensemos que seu amigo P seja Passageiro em lugar de Presente e que o inimigo F seja Fracasso e Fim, mas não um fim de finalidade, de objetivo, e sim um fim da linha, um horizonte inalcançável em lugar de Futuro.
O presente é a única coisa que realmente existe, o passado já foi e o futuro nunca existirá porque então será presente. E os meus caros amigos hão de concordar que estamos sendo bem mal-agradecidos recusando um presente.