quinta-feira, 31 de março de 2016

Continuamos...



Com todo mundo, sozinho
Aqui, ali, em qualquer lugar
Cá, lá, cala...
Sente, sem ti...

Não sei bem
Fico a me perguntar...
Quem está comigo?
Quem não está?

Será realmente essência?
Ou será apenas aparência?
É ou não é?

Ser ou não ser?
Es a questão...
Mas que questão?
Se mesmo não sendo,
Acabamos sendo.

Se mesmo em meio a todos,
Continuamos só...

Se mesmo cheios,
Continuamos...
Vazios...

terça-feira, 29 de março de 2016

Folha em Branco



Numa folha em branco
Branco como esse céu
Céu que hoje chora a tua falta
Falta, alta, tá, frio...

Mente vazia
Vazia igual essa música
Música que me lembra você
Você que foi embora
Embora nesse frio...

Frio por causa do pranto
Pranto do céu
Céu branco
Branco o papel...

domingo, 27 de março de 2016

O olhar da escuridão

                              Estava eu ali, naquela imagem escura, sombria, sem cor, onde só se propagava o medo, a dor, a incerteza, a dúvida. Já não sabia mais quem eu era, de onde vim, onde estou, para onde vou. No entanto, em meio a toda aquela escuridão, eu vi o seu olhar. Ah, aquele olhar! Ele foi me tomando, me atravessando, me inundando, me transbordando... Chegou uma hora que não via mais nada. Não via o escuro, as sombras, a ausência de cor, não sentia mais o medo, a dor, a incerteza, a dúvida. Para ser exato, não sei o que sentia. Era como se sentisse e nada e tudo ao mesmo tempo. Não sei ao certo se isso era bom ou ruim, mas de uma coisa eu tenho certeza, aquele olhar mudou tudo...

terça-feira, 8 de março de 2016

No Meu Tempo

                                 No meu tempo havia o romance, o cortejo, o desejo, declarações, pedidos, fraquezas, músicas com letras maravilhosamente pensadas, cheias de metáforas, de comparações, era uma coisa bela. Músicas tristes, dolorosas, mas era maravilhoso como elas nos invadiam e faziam com que tivéssemos a certeza de que não estávamos só. A pureza da vida vivida, não almejada, a dor de muitos amores que não deram certo, mas a esperança de que o amor perfeito ainda estaria por vir. A timidez, as crenças limitantes que nos faziam temer a aproximação de uma pessoa que desejávamos, mas aquela vontade que superava tudo o que pudéssemos temer, pois nada justificaria perder aquela oportunidade. O toque tímido na mão, o olhar singelo e verdadeiro, um sorriso como expressão de um sentimento lindo, aquela certeza, que em meio a tantas frustrações estava ali, "Agora achei a pessoa certa!". Muitas das vezes nem era, não passava de apenas mais uma paixão, mas o que importa?! 
                                  No meu tempo, vivíamos a vida, sentíamos a vida, cortejávamos a vida, sorríamos para a vida, aprendíamos, crescíamos, caíamos, sofríamos, chorávamos, tínhamos nossos momentos de fraqueza, que não eram poucos, degustávamos a dor, a melancolia, mas nunca nos privávamos de amar aquilo e aqueles que tivéssemos vontade, pois no meu tempo não éramos covardes. 
                                 Podes me perguntar, "Mas como podes falar do seu tempo, sendo que vives no mesmo tempo que eu?", e eu te respondo, "Meu tempo, é de onde vim e onde pertenço, não onde estou.".