terça-feira, 8 de março de 2016

No Meu Tempo

                                 No meu tempo havia o romance, o cortejo, o desejo, declarações, pedidos, fraquezas, músicas com letras maravilhosamente pensadas, cheias de metáforas, de comparações, era uma coisa bela. Músicas tristes, dolorosas, mas era maravilhoso como elas nos invadiam e faziam com que tivéssemos a certeza de que não estávamos só. A pureza da vida vivida, não almejada, a dor de muitos amores que não deram certo, mas a esperança de que o amor perfeito ainda estaria por vir. A timidez, as crenças limitantes que nos faziam temer a aproximação de uma pessoa que desejávamos, mas aquela vontade que superava tudo o que pudéssemos temer, pois nada justificaria perder aquela oportunidade. O toque tímido na mão, o olhar singelo e verdadeiro, um sorriso como expressão de um sentimento lindo, aquela certeza, que em meio a tantas frustrações estava ali, "Agora achei a pessoa certa!". Muitas das vezes nem era, não passava de apenas mais uma paixão, mas o que importa?! 
                                  No meu tempo, vivíamos a vida, sentíamos a vida, cortejávamos a vida, sorríamos para a vida, aprendíamos, crescíamos, caíamos, sofríamos, chorávamos, tínhamos nossos momentos de fraqueza, que não eram poucos, degustávamos a dor, a melancolia, mas nunca nos privávamos de amar aquilo e aqueles que tivéssemos vontade, pois no meu tempo não éramos covardes. 
                                 Podes me perguntar, "Mas como podes falar do seu tempo, sendo que vives no mesmo tempo que eu?", e eu te respondo, "Meu tempo, é de onde vim e onde pertenço, não onde estou.".

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