segunda-feira, 2 de maio de 2016

Minha tela

Tua pele, uma tela
Pinto o que sinto
Descrevo o que vejo

Em cada curva
Uma madrugada
Vazia, escura, calada

Em cada reta
Um destino
Incerto, torto, cretino

Em cada lábio
Um encontro
Molhado, quente, apronto

Em cada vértebra
Um arrepio
Intenso, suave, sombrio

Em cada sinal
Um ponto de chegada
Outro de partida

Em teus poros
Se esvaindo em mar
Mergulho de olhos fechados

Em teus pelos
Uma floresta
Escura, misteriosa, encantada

E em teu olhar
Um criança assustada
Pois de mim
Nada mais resta
Que uma fera domada...

                                                    (Felipe D. S.)

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