Tua pele, uma tela
Pinto o que sinto
Descrevo o que vejo
Em cada curva
Uma madrugada
Vazia, escura, calada
Em cada reta
Um destino
Incerto, torto, cretino
Em cada lábio
Um encontro
Molhado, quente, apronto
Em cada vértebra
Um arrepio
Intenso, suave, sombrio
Em cada sinal
Um ponto de chegada
Outro de partida
Em teus poros
Se esvaindo em mar
Mergulho de olhos fechados
Em teus pelos
Uma floresta
Escura, misteriosa, encantada
E em teu olhar
Um criança assustada
Pois de mim
Nada mais resta
Que uma fera domada...
(Felipe D. S.)
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