Chegou, me cegou
A levei a um concerto
Para tentar consertar meu desconserto
Depois paramos para reparar o parado
Olhando olhares se olhando
Catando e cantando pelas ruas
A lua cheia acendeu a noite
E então seu beijo me ascendeu, transcendeu-me
De forma discreta, descrevendo as estrelas
Suas lindas explicações sobre o mundo fluíam
E meus ouvidos fruíam
Mas amanhecerá, amanhã será
Amanhã me deixará
Na manhã fria, sofria, Sofia.
(Felipe D. S.)
terça-feira, 28 de junho de 2016
sábado, 18 de junho de 2016
Partiu
O ônibus partiu partindo meu coração
Nele entrou meu amor
Fazendo de nós uma canção
Não olhei para trás para não vê-la partir
Olhei para frente, tentando sumir
Andei no abismo, sozinho
Enxugando as lágrimas fumegantes
Que meu resto queimavam
Orando para que ninguém me visse em tal estado
Estava eu, ali, dilacerado
(Felipe D. S.)
quarta-feira, 15 de junho de 2016
Esqueci de ti
Esqueci do teu batom roxo
Do teu cheiro doce
Dos sorrisos meigos
Do seu gosto
Do seu jeito desajeitado
Esqueci de quando falávamos juntos
De quando ríamos do nada
De como o nada era tudo
De como o tudo era tão pequeno
Esqueci da sua voz rouca dizendo "meu amor"
De como pegava na minha mão
De como isso afetava meu ser
Esqueci de quando foi se afastando
De quando foi se apagando
De quando eu fui amando
E você esfriando...
Esqueci que mesmo vendo tudo
Preferia não ver nada
E foi vendo o nada entre nós
Que esqueci de te dizer
"Nunca lembrarei de te esquecer"
(Felipe D. S.)
Do teu cheiro doce
Dos sorrisos meigos
Do seu gosto
Do seu jeito desajeitado
Esqueci de quando falávamos juntos
De quando ríamos do nada
De como o nada era tudo
De como o tudo era tão pequeno
Esqueci da sua voz rouca dizendo "meu amor"
De como pegava na minha mão
De como isso afetava meu ser
Esqueci de quando foi se afastando
De quando foi se apagando
De quando eu fui amando
E você esfriando...
Esqueci que mesmo vendo tudo
Preferia não ver nada
E foi vendo o nada entre nós
Que esqueci de te dizer
"Nunca lembrarei de te esquecer"
(Felipe D. S.)
domingo, 12 de junho de 2016
Nossa gramática
Você, minha oração principal
Eu, sua subordinada
Perdido entre vírgulas que cercam
Fico deslocado
Mas me coloca na ativa
E sinto-me teu complemento
Explicativa, objetiva, subjetiva...
Nossa relação é consequência do destino
E causa de inquietação
Afinal, só se pode amar, se entregar-se
Quando vai acabar? Quem sabe?
Mas até lá, vamos fazendo de cada ponto final
Um ponto de partida
Quando terminamos uma frase, fase
Começamos um novo período
Às vezes simples
Às vezes complexo
Incoerentes, incoesivos
Conflitantes, corrosivos
Juntos
Eu, preposição
Você, artigo
Formamos a crase, crasal
Fruto da nossa regência transcendental
(Felipe D. S.)
Eu, sua subordinada
Perdido entre vírgulas que cercam
Fico deslocado
Mas me coloca na ativa
E sinto-me teu complemento
Explicativa, objetiva, subjetiva...
Nossa relação é consequência do destino
E causa de inquietação
Afinal, só se pode amar, se entregar-se
Quando vai acabar? Quem sabe?
Mas até lá, vamos fazendo de cada ponto final
Um ponto de partida
Quando terminamos uma frase, fase
Começamos um novo período
Às vezes simples
Às vezes complexo
Incoerentes, incoesivos
Conflitantes, corrosivos
Juntos
Eu, preposição
Você, artigo
Formamos a crase, crasal
Fruto da nossa regência transcendental
(Felipe D. S.)
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